Suicidas foi entregue em minha casa por volta das duas horas da tarde dessa segunda. Hoje, é sexta-feira, e as nove horas da manhã eu o terminei enquanto tomava meu café na padaria perto do meu trabalho. Surpresa, atônita, em choque.
Raphael Montes o escreveu quando tinha vinte e dois anos e com maturidade impressionante criou uma estória policial longe da estrutura clássica. Violenta, bem escrita, imprevisível.
Ritinha, Maria João, Lucas, Danilo, Otto, Waléria, Zak,Noel
e Alessandro , as nove peças de um quebra-cabeças chamado de caso Cyrille´s house .Nove pessoas no auge da saúde
e dos sonhos que resolveram se massacrar no porão da casa de campo milionária dos pais de Zak em uma roleta-russa.
Teria sido desespero, imaturidade, medo diante dos divórcios dos pais, da doença de entes querido, de novidades inesperadas o que os motivaram a algo tão cruel?
Teria sido desespero, imaturidade, medo diante dos divórcios dos pais, da doença de entes querido, de novidades inesperadas o que os motivaram a algo tão cruel?
Um ano depois, a delegada responsável pelo caso reúne as
mães dos jovens mortos para leitura das
anotações de Alessandro( aspirante a escritor), buscando finalmente um desfecho para a investigação. Os
registros das conversas são brutais, emocionam. Verdades incomodas são ditas.Mães despejam suas dores, suas perdas, o choque do qual nunca se esquecerão.
Nada em é o que parece ser. Confesso, em muitos momentos tentei me convencer que minhas impressões sobre um
outro personagem estavam erradas. Pais que usam pessoas como escadas para
ter sucesso, mães permissivas demais, garotas e garotos promíscuos e interesseiros
são mostrados de maneira claustrofóbica :Egoístas,arrogantes, interesseiros.Demasiadamente
humanos.
E irresistíveis.
Aquino, um dos policiais que aparecem na trama pergunta a
Alessandro até que ponto ele iria para defender um amigo.Além do meu olhar
surpreso e minha risada nervosa ao ler o final mais uma vez surpreendente de um
livro do Raphael outra pergunta também me assombrou : A que ponto as pessoas que mais amamos podem chegar ao serem acuadas
pelas tragédias da vida?
Melhor você ler o livro e não pensar nisso. E torcer para que um grande produtor de cinema também.
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D.SConsiglio